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Sugere-se a leitura preliminar dos posts sobre escopo, equilíbrio, riscos e equação econômica.

O preço da obra é o valor em moeda corrente do país que representa de forma explícita o direito de recebimento do construtor diante do dever de construir a obra.

O preço da obra é calculado com base na definição do escopo da construção e do empreendimento, com base no equilíbrio econômico existente no momento da proposta, com base na análise das oportunidades e ameaças potenciais relacionadas com a execução da obra, respeitando-se sempre a equação econômica do preço.

Este post comenta alguns aspectos sobre o processo de orçamentação, utilizado para calcular o preço da obra: a estimativa dos custos diretos de produção, o orçamento das despesas indiretas, o orçamento formal e a acurácia do orçamento.

A estimativa dos custos diretos de produção

A estimativa dos custos diretos de produção é a base do processo de orçamentação da obra, o início da elaboração das contas rumo ao cálculo do preço.

Os custos diretos são função da quantidade de serviços existentes nos projetos, contendo a estimativa de todos os gastos diretamente vinculados à execução da obra.

É interessante que a orçamentação da obra seja realizada com a adoção de um sistema orçamentário, que defina e apresente todas as regras e dados necessários para a elaboração de um orçamento.

No caso de obras públicas, pode-se utilizar o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), que fornece mensalmente a cotação de insumos de construção e calcula os custos unitários de milhares de serviços.

 O uso do SINAPI resulta no cálculo de um preço de obra realizado com base em cotações, consumos e produtividades referenciais, de conhecimento público, que não faz uso de avaliações personalizadas de uma empresa construtora.

O conjunto de preços de empresas construtoras calculados com o SINAPI em uma licitação, fornece o valor mais provável da obra de acordo com o sistema oficial. O preço de cada construtora apresenta um desvio em relação ao valor médio, decorrentes da utilização personalizada do sistema (utilização de diferentes CPUS e quantidades).

O orçamento das despesas indiretas

Depois do cálculo do custo de produção, o custo da obra fica equacionado e o porte financeiro da obra fica conhecido.

A composição do preço continua com a elaboração de um orçamento administrativo. Com base no prazo de execução definido para a obra, calcula-se o custo da estrutura de suporte técnico e administrativo planejada para a execução da obra.

Outras componentes do preço são orçados e o preço final é obtido com a ajuda da equação econômica adotada.

A acurácia do orçamento

As empresas construtoras também elaboram os orçamentos utilizados em suas propostas comerciais com seus sistemas orçamentários internos, tendo o objetivo de aumentar a acurácia do orçamento, ou seja, fazer que o custo orçado seja o mais próximo possível do custo real a ser obtido no final.

Estes orçamentos personalizados servem de base para a oferta de descontos no valor do orçamento SINAPI, de modo a ser definido o preço que representa a justa remuneração da obra.

Tudo o que é possível prever tem de ser previsto e orçado.

Face ao exposto, percebe-se a fragilidade existente no processo de formação do preço, que depende intensamente da fixação do escopo, da definição do prazo de execução, do poder de compra da moeda e do cenário econômico existe no momento da elaboração da proposta.

A possibilidade da revisão do preço tende a evitar a especulação da construtora na composição do seu preço, pois se algo mudar muito, é possível cobrar um preço complementar depois. Se o preço não puder ser revisado, para se evitar o prejuízo, faz-se necessário aumentar bastante as margens de segurança nele embutidas.